Blog

Esther et Fabio qui dansent / Esther e Fábio que dançam

Descendo a rua reta da ladeira, procuramos por um teto, para um duo, de cima da rua para baixo, com o horizonte, se acharmos um teto. Achamos um teto, uma senhora muito gentil que concorda. Então, Esther e Fábio escalam, não é fácil porque não tem escada. É bonito vê-los, da parte de cima da rua, no alto do teto, dominando a paísagem, o horizonte.
A rua transforma-se numa arquibancada na qual um monte de gente pára para olhar. Eles olham primeiro para a câmera e depois para o que a câmera olha, lá, o teto, Esther e Fábio que dançam.

==========================================
En redescendant la rue toute droite dans la pente, on cherche un toit, pour un duo, du haut de la rue vers le bas, avec l’horizon, si on trouve un toit. On a trouvé un toit, une dame bien gentille qui est d’accord. Alors Esther et Fabio grimpent, et c’est pas facile, parce qu’il n’y a pas d’escalier. C’est beau de les voir, depuis le haut de la rue, sur le haut du toit en contrebas, dominant le paysage, l’horizon.
La rue devient comme un gradin où plein de gens s’arrêtent pour regarder. Ils regardent d’abord la caméra et puis ce que regarde la caméra, là-bas, le toit, Esther et Fabio qui dansent.

les chemins de brouette / os "chemins de brouette"

Rodamos, subimos, descemos, percorremos mais e mais o bairro. Estávamos com os dançarinos. Descobrindo o bairro dançando. A pequena rua, a voyette, como dizemos no norte da França, como em Veneza e em Saint Nazaire, onde diz-se chemin de brouette, tão pequena, para a Marise e o Charles. E subindo de volta, os bares, o pequeno bar onde as pessoas nos viram passar várias vezes e aplaudem, e com os dois polegares para cima, para o duo de Esther e Fábio, e o supermercado, na frente da creche. A diretora fica muito triste pois queria que os dançarinos se fossem dançar na frente das crianças semana que vem, como tínhamos combinado, mas não será possível, creche fechada semana que vem. Por causa da gripe.
Que pena! diz ela.

==========================================
On a tourné monté descendu parcouru encore et encore le quartier. On était avec les danseurs. A la découverte du quartier en dansant. La petite rue, la voyette, comme on dit dans le nord de la France, comme à Venise, et puis à Saint Nazaire, où c’est un chemin de brouette, si petite, pour Marise et Charles. Et puis en remontant, les bars, le tout petit bar où les gens nous ont déjà vu plusieurs fois passer et ils applaudissent, et avec les deux pouces en l’air, pour le duo d’Esther et Fábio, et puis le supermarché, en face de la crèche. La directrice qui regrette vraiment parce qu’elle aurait aimé que les danseurs viennent danser devant les enfants la semaine prochaine, comme on s’était dit, mais pas possible, crèche fermée la semaine prochaine. Pour cause de grippe.
Que pena ! elle dit.

René Francisco

Ontem quando voltamos de São Bernardo, vimos no centro da cidade pessoas subitamente indo sentar-se em cadeiras na frente de carros num cruzamento. Presenças incomuns, poéticas. Diferente do cotidiano. Pensamos que lembra o que fazemos. Um pouco. Pensamos também no artista cubano René Francisco, de quem fala Jacques Rancière em o espectador emancipado, apresentado há quatro anos na Bienal de São Paulo. Esse artista tinha usado o dinheiro de uma fundação artística para uma pesquisa sobre as condições de vida num bairro popular de São Paulo e decidiu, com outros amigos artistas, levar adianta a reforma da casa de uma velha senhora do bairro. Os artistas trabalharam como pedreiros, pinturos ou encanadores. Não mais fazer quadros, mas construir diretamente as formas da vida nova. As práticas da arte contribuem para desenhar uma paísagem nova do visível, do dizível e do praticável. A arte crítica desloca as pessoas das linhas de separação entre o documentários e a ficção, por exemplo. Para que a obra produza seu efeito político, o espectador deve ser convencido de que o que ela mostra é a conseqüencia de um sistema econômico capitalista globalizado que faz uns serem sempre mais ricos e outros sempre mais pobres. E não a loucura dos homens de modo geral…
==========================================
Hier quand on est rentré de São Bernardo au centre ville on a vu des gens venir subitement s’asseoir sur des chaises devant des voitures à un carrefour. Présences insolites, poétiques. Détournement du quotidien. On a pensé que ça nous ressemblait. Un peu. On a pensé aussi à cet artiste cubain René Francisco, dont parle Jacques Rancière dans le spectateur émancipé, présenté il y a quatre ans à la biennale de São Paulo. Cet artiste avait utilisé l’argent d’une fondation artistique pour une enquête sur les conditions de vie dans un quartier populaire de Sao Paulo et avait décidé avec d’autres amis artistes, de procéder à la réfection de la maison d’une vieille femme du quartier. Les artistes travaillaient comme maçons, peintres ou plombiers. Ne plus faire de tableaux mais construire directement les formes de la vie nouvelle. Les pratiques de l’art contribuent à dessiner un paysage nouveau du visible, du dicible, et du faisable. L’art critique déplace les lignes de séparation, entre le documentaire et la fiction par exemple. Pour que l’œuvre produise son effet politique, le spectateur doit être convaincu que ce qu’elle montre est la dérive d’un système économique capitaliste mondialisé qui fait les uns toujours plus riches et les autres toujours plus pauvres. Et non la folie des hommes en général…

Senhoras do tempo

No Centro Cultural, houve um belo intercâmbio essa tarde: as mulheres do grupo Senhoras do tempo vieram, vestidas com longas saias brancas bordadas, nos fazer uma demonstração de cantos e danças tradicionais. Que prazer! O Howard lhes havia preparado um pequeno intercâmbio, uma surpresa, com sua apresentação. Os dançarinos mostraram o quinteto e, todos juntos, eles dançaram uma quadrilha tradicional do Quebec. Todo mundo dançou.
Para terminar, o Jérémie fez os retratos destas mulheres e o Didier fez pequenas entrevistas com cada uma delas.

==========================================
Au Centre Culturel, il y a eu un bel échange cet après-midi : les femmes du groupe Senhoras do tempo sont venues, habillées de longues jupes blanches brodées, nous faire une démonstration de chants et de danses traditionnels. Quel plaisir !
Howard leur avait concocté un petit échange, une surprise, après leur présentation. Les danseurs ont montré le quintet, et puis, tous ensemble, ils ont dansé un quadrille traditionnel québécois. Tout le monde à dansé.
Pour finir, Jérémie a fait les portraits de ces dames et Didier a fait des petits interviews de chacune.

Creche Assistencial de São Bernardo

Na Creche Assistencial de São Bernardo, fizemos os retratos das crianças:
Vitória, Iris, Gabriel, Arthur, Ítalo, Izabella, Rúbia, Gabriela, Ana Luiza, Ana Clara Braga, Danielly, Mariana, Thiales, Cavà, Ana Carolina, João Pedro, Diego, Lucas, Tiago, Ágatha, Gabriel Paiva, Geovanna, Carolina, Ezequiel, Ana Júlia, Ana Gabrielly, Allan, Carlos Eduardo, Valeska, Victória, Jhone, Leonardo, Clyver, Kayo, Juan Pablo, Galrielly, Lucas, Geovanna Henrique, Carlos Gabriel, Arthur Kaique, Kavà, Fabrício.

==========================================
A la Creche Assistencial de São Bernardo, on a fait les portraits des enfants :
Vitória, Iris, Gabriel, Arthur, Ítalo, Izabella, Rúbia, Gabriela, Ana Luiza, Ana Clara Braga, Danielly, Mariana, Thiales, Cavà, Ana Carolina, João Pedro, Diego, Lucas, Tiago, Ágatha, Gabriel Paiva, Geovanna, Carolina, Ezequiel, Ana Júlia, Ana Gabrielly, Allan, Carlos Eduardo, Valeska, Victória, Jhone, Leonardo, Clyver, Kayo, Juan Pablo, Galrielly, Lucas, Geovanna Henrique, Carlos Gabriel, Arthur Kaique, Kavà, Fabrício.