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et Veridiane / e a Veridiane

E a Veridiane.
Ela é incrível a Veridiane. Ela é muito jovem e de uma maturidade incrível. Ela ama o teatro, e atua super bem. Ela fez Godot com o Didier. Ela mora no bairro. Enfim, para ser preciso, ela mora do outro lado, no outro bairro, Heliópolis.
A Veridiane nos acompanha em todos os lugares. Ela é tão envolvida e presente, tão prestativa e participativa que é um prazer passar nosso tempo com ela. Ela faz parte da equipe da vigília daqui.
E ela conhece todo mundo. Ela ama passar tempo com as crianças do centro cultural, ela ama andar na rua conosco. Ela interrompe e interpela.
Oh Gente!
Ela é viva, a Veridiane.

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Et Veridiane.
Elles est incroyable Veridiane. Elle est toute jeune et d’une maturité incroyable. Elle aime le théâtre, elle joue bien. Elle a fait Godot avec Didier. Elle habite le quartier. Enfin, pour être précis, elle habite juste de l’autre côté, dans l’autre quartier, Héliopolis.
Veridiane nous accompagne partout. Elle est tellement investie et présente, tellement serviable et réactive que c’est un plaisir de passer notre temps avec elle. Elle fait partie de l’équipe de la veillée d’ici.
Et puis elle connaît tout le monde. Elle aime passer du temps avec les enfants du centre culturel, elle aime marcher dans la rue avec nous. Elle apostrophe et interpelle.
Oh Gente !
Elle est vivante, Veridiane.

Marcos

O Marcos faz parte da banda de percussão. O Marcos veio ontem ver o vídeo das percussões e o blog.
Ele é muito prestativo, e curioso, e alegre. E nada tímido. O Marcos sabe dizer seu nome em linguagem de surdo-mudo, e sabe assoviar de várias formas diferentes, e fazer um monte de vozes, agudas, graves e de animais.
Ele nos acompanhou, carregando com ele o som portátil, na distribuição de convites.

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Marcos fait partie du groupe de percussion. Marcos est venu voir hier la vidéo des percussions et le blog.
Il est serviable, et curieux, et joyeux. Et pas timide du tout du tout. Marcos sait dire son nom en sourd-muet, et il sait siffler de plein de façons différentes, et faire plein de voix, aigues, graves, et des animaux.
Il nous a accompagné, en tirant derrière lui la sono portable, en distribuant des tracts.

le chenil / o canil

Saímos com os dançarinos. Dançamos no canil municipal. Há apenas alguns paços do centro cultural. E então fomos para a rua principal. Dançamos em um ponto de ônibus. Como uma recepção de honra às pessoas que desciam do ônibus. Fizemos um adágio. E então numa grande garagem, dançamos o quinteto com a músico do quinteto da Base 11/19. A Base 11/19, onde estamos instalados em Loos em Gohelle na região das minas do Pas de Calais, na França. Decidimos parar um pouco mais cedo hoje. Os dançarinos estão cansados. Eles trabalharam enormemente nos últimos dias. Dançar no cimento e no macadame, é duro para as articulações. Hoje, na hora do almoço, recebemos a visita da Sylvie Debs, da Sandra Fernandez e da Camille Hallais. A Sandra F. trabalha na região Nord Pas de Calais, que é parceira de Minas Gerais. Almoçamos todos juntos na sala de dança do centro cultural, e então fomos todos ao canil. Encontramos no meio da tarde a responsável pelos centros culturais de toda a região a quem dissemos o quanto estávamos felizes de estar aqui. E então, a alegre trupe espalhou-se pela cidade. Distribuímos centenas de convites e falamos com dezenas de moradores de São Bernardo. Para dizer que estamos no Centro Cultural e que fazemos um espetáculo com as pessoas do bairro, sobre o bairro, entre a ficção e o documentário…
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On est sorti avec les danseurs. On a dansé au chenil municipal. A quelques pas du centre culturel. Et puis on est allé sur la rue principale. On a dansé à un arrêt de bus. Comme une haie d’honneur aux gens qui descendaient du bus. On y a fait l’adage. Et puis dans un grand garage, on a dansé le quintet sur la musique du quintet de Base 11/19. La Base 11/19 où on est installé à Loos en Gohelle dans le bassin minier du Pas de Calais, en France. On a décidé d’arrêter un peu plus tôt ce soir. Les danseurs sont fatigués.Ils ont énormément travaillé ces derniers jours. Danser sur le béton et le macadam, c’est dur pour les articulations. Ce midi on a eu la visite de Sylvie Debs, de Sandra Fernandez et Camille Hallais. Sandra F. travaille à la région Nord Pas de Calais qui est partenaire du Minas Gerais. On a mangé tous ensemble dans la salle de danse du centre culturel puis on est tous allé au chenil. On a rencontré en milieu d’après midi la responsable des centres culturels de tout le secteur à qui on a dit combien on était heureux d’être là. Ensuite la joyeuse troupe s’est répandue dans la ville. On a distribué des centaines de tracts et  parlé à des dizaines d’habitants de Sao Bernardo. Pour dire qu’on est au centre culturel et qu’on fait un spectacle avec les gens du quartier, sur le quartier, entre la fiction et le documentaire… 

accelerer et ralentir / acelerar e ir mais devagar

Está terminando. Estamos chegando ao fim. As montagens sendo finalizadas, últimos passeios. Com sempre dois sentimentos ao mesmo tempo, ansiedade e vontade de aproveitar o tempo. Os dois. Acelerar ir mais devagar. Nunca saborearemos o bastante os momentos e os lugares. Queremos ainda mais, e ao mesmo tempo, estamos ansiosos de presentear o bairro com o espetáculo. Vamos nos apresentar ao ar livre, no campo de futebol. O Jérémie diz, poderíamos aprender com isso. Pensamos que, quando fizermos vigílias em outros lugares, se não tiver sala no coração do bairro, poderemos sempre nos apresentar ao ar livre. Sempre tem campos de futebol e nem sempre salas de espetáculos. Nos apresentaremos nos campos de futebol. Começamos amanhã, a montagem no campo. Uma grande estréia. Não é uma montagem fácil, o Pierre trabalha arduamente, mas será uma grande estréia.
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Ça se boucle. On arrive au bout. Les montages en finitions, dernières promenades. Avec toujours deux sentiments à la fois, impatience et envie de ralentir le temps. Les deux. Accélérer et ralentir. On savourera jamais assez les instants et les lieux. On en veut encore plus, et en même temps on est impatients de faire le cadeau du spectacle au quartier.
On va jouer dehors, sur un terrain de foot. Jérémie dit, ça pourrait faire école. On se dit que, quand on fera des veillées ailleurs, s’il n’y a pas de salle dans le cœur du quartier, on pourra toujours jouer dehors. Il y a souvent des terrains de foot et pas toujours des salles de spectacle. On jouera sur les terrains de foot. On commence demain, le montage sur le terrain. Une grande première. C’est pas un montage facile, Pierre travaille dur, mais c’est une grande première.

monika

Tem um pouco de Bergman na vigília. Como se fosse mais forte do que nós. À despeito de nossas convicções, nossas enegias, nossas ações locais… Poderíamos tentar um cena de Bergman com os moradores de São Bernardo. Como fazemos com o Beckett. Cada um de nós é um personagem de Bergman. Queríamos interpretar Pierrot o Louco de J.L Godard, uma cena entre Anna Karine e J.P Belmondo em um carro. Poderíamos, na hora do almoço, com o pessoal do bairro, usar aquela cena de Monika de Bergman na qual o ator principal volta de uma turnê e dá os presentes que ele comprou no aeroporto antes de sua volta. E então, a tarde, poderíamos passar filme em uma tela grande. E então imaginaríamos uma história, uma adaptação do filme ao bairro. Dia após dia poderíamos instaurar um ateliê de cinema onde revisitaríamos filmes com as pessoas do bairro. Claro, veríamos filmes de Paolini… Buscando Elektra no coração de Minas Gerais.
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Il y a du Bergman dans la veillée. Comme si c’était plus fort que nous. Par delà nos convictions, nos énergies, nos actions sur le terrain… On pourait tenter une scène de Bergman avec les habitants de Sao Bernardo. Comme on fait du Beckett. Chacun d’entre nous est un personnage de Bergman.  On avait voulu jouer Pierrot le Fou de J.L Godard, une scène entre Anna Karina et J.P Belmondo dans une voiture. On pourrait  ce midi avec des gens du quartier reprendre cette scène de Monika de Bergman où l’acteur principal rentre d’une tournée et offre les cadeaux qu’il a achetés à l’aéroport avant son retour. Et puis dans l’après midi on pourrait diffuser le film sur un grand écran. Et puis on imaginerait une histoire, une adaptation du film au quartier. Jour après jour on pourrait mettre en place un atelier cinéma  où on revisiterait des films avec les gens du quartier. Bien sûr on verrait des films de Pasolini… A la recherche d’Electre au coeur du Minas Gerais.